terça-feira, 23 de outubro de 2012

Ilustração vetorial: uma arte digital surpreendente

Recentemente, tenho aprendido a fazer ilustrações vetorizadas no Laboratório de Design Gráfico e Digital para Jornalismo, na UFRRJ. Esse tipo de arte digital é algo que eu nunca imaginei fazer algum dia. Talvez seja por prever o quão trabalhoso seria em botar a mão na massa e trabalhar em cima disso. É, mas não teve como fugir. O dia chegou no laboratório e o Francisco Valle, professor de comunicação visual, deu a atividade.


Capa de livro

A primeira atividade foi desenvolver uma capa de livro da Penguin Books, uma editora britânica famosa por trazes capas com ilustrações muito interessantes nas cores verde, preto, branco e vermelho. Para a atividade, era necessário usar o mesmo molde (grid) do livro e fazer uma ilustração em cima de uma fotografia que remetesse à história do livro. No entanto, não havia entendido muito bem se era para ser uma fotografia ou poderia ser um desenho. Optei por um desenho e cometi plágio. Sim, plágio. Mas... por quê?

O plágio

O plágio se deve ao desenho já ser uma ilustração. Por isso, se eu fizer uma ilustração vetorizada em cima da ilustração já existente, eu vou estar fazendo uma cópia do desenho que já tem um autor. O correto é pegar uma fotografia e fazer a ilustração a partir dela. Como ninguém é dono da imagem de um gato, cachorro, maça ou laranja, fotografias do mundo natural podem ser usadas para fazer ilustrações. Para eu desenhar o gato da Alice, eu deveria ter usado uma fotografia de um gato estranho e modificar o sorriso dele. Assim, não seria plágio e eu estaria exercendo minha criatividade.

Só para treinar

Bom, eu não sabia dessas questões e fiz, mesmo assim, a capa. Ao menos, deu para treinar a técnica da ilustração vetorizada. Entretanto, a imagem jamais poderia ser atribuída à minha autoria.

Abaixo, duas capas para o livro "Alice in Wonderland":

Modelo de capa 1

Modelo de capa 2 

O gato de Cheshire ficou muito legal, mas, como eu já disse, alguém já havia feito esse desenho antes. Então, ele não é uma invenção minha. Apenas refiz a ilustração.


Ilustrações originais

Depois de entender o plágio, passei para a originalidade. Optei por usar uma fotografia minha por dois motivos: (1) Ninguém nunca usou uma imagem minha para fazer uma ilustração; (2) Queria ver o resultado do Gian Cornachini em desenho.

Primeira ilustração

No laboratório, pedi para uma amiga, a Carolina Vaz, escolher uma das minha fotos de perfil no Facebook para ser vetorizada. A escolha foi pelo Gian de 6 anos de idade.

Comecei a trabalhar em cima da fotografia e o resultado foi ficando muito bacana. No final, eu mesmo fiquei surpreso e pensativo: "caramba, eu nunca imaginei eu me desenhando!".

Minha primeira ilustração vetorizada original

Estava encantado com essa técnica. Já passei a acreditar que eu posso, se eu me dedicar mais, fazer ilustrações para matérias, revistas etc. Afinal, é muito mais original um infográfico com desenhos do próprio veículo a imagens retiradas da internet.


Segunda ilustração

Depois da aula, cheguei em casa ainda no gás de desenhar mais. Queria uma nova ilustração minha, agora do Gian com 20 anos. No final de 5h trabalhando na ilustração, cheguei em um resultado ainda mais surpreso. Achei muito, mas muito bacana o desenho, e a sensação de vencer um desafio ainda está tomando conta de mim.

Gian Cornachini de 20 anos em ilustração vetorizada

Vale como dica

Nunca me imaginei fazendo desenhos como esses e acabei com duas ilustrações muito legais minhas. Se é que pode servir de lição, a dica, apesar de batida, é nunca pensar que você não é capaz. Tem vontade, mas acha que não consegue, tente. No final, com certeza, você irá ficar surpreso!

sábado, 13 de outubro de 2012

Espécie de cachorro com canguru é encontrada em Seropédica, no Rio*

Foi descoberto hoje (13) um animal raro em Seropédica, na Baixada Fluminense. O cãoguru (Macropus lupus familiaris) é uma mistura de Canis lupus familiaris, o cachorro doméstico, com Macropus rufus, o canguru. A espécie, que era comum na região até os anos 80, é considerada extinta.

Clique na imagem para visualizar o vídeo

O cãoguru era apreciado como iguaria à beira da BR 465 (Antiga Rio-São Paulo). As barracas de espetinhos de carne de cãoguru vendiam até 300 unidades por dia. Para isso, eram sacrificados 30 animais diariamente. A partir de 1981, a criação de cãoguru foi proibida pelo Ibama. Atualmente, é permitido apenas a venda de espetinhos de carne de gato doméstico. 

Os poucos animais da espécie são encontrados apenas em zoológicos ou laboratórios. Estima-se que exista apenas dois exemplares em Seropédica: um na rua 7, encontrado hoje, e um na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, cobaia de estudos veterinários.


*Texto não verídico.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Super para ler no transporte nosso de cada dia

Olá, pessoal. Estou sumido, mas ainda vivo. Não tenho tido tempo de escrever no blog e, quando tenho, esqueço que ele existe. Uma pena. Acredito que eu poderia usar esse espaço aqui de uma maneira mais frequente, dinâmica, divertida, atrativa. Mas, como disse, estou vivo e, se eu conseguir, vou me policiar para usar mais essa ferramenta fantástica que é o blog.

Acerto de contas resolvido, tenho uma dica para vocês. Recentemente, adquiri o livro "O Melhor da Super — As 25 reportagens mais surpreendentes, polêmicas e curiosas dos 25 anos da revista". Sou apaixonado pela revista e não pude deixar de comprar essa publicação especial de comemoração do seu jubileu de prata.


Publicação reúne reportagens surpreendentes

Como já percebido, o livro reúne reportagens marcantes da história da revista, que despertam uma curiosidade fantástica nos leitores. Como marca da Superinteressante, a linguagem é fácil, rápida e atrativa. Os textos são lineares e não possuem imagens e infográficos para serem ilustrados. Mesmo assim, a falta desses elementos não deixou as reportagens incompletas. Os temas são diversos, mas pude perceber que seguiram, mais ou menos, uma tentativa de explicar quem somos, de onde viemos, para onde vamos e como se dão nossas relações sociais e, inclusive, com os animais. Não foi deixado de lado assuntos polêmicos como crianças transgêneras, uso da maconha na medicina e sociedades secretas.

Durante quase duas semanas, ocupei todas aquelas horas intermináveis no transporte público lendo o livro. Portanto, O Melhor da Super é uma ótima saída para quem não quer dormir no ônibus (às vezes, uma coisa vergonhosa, não? A gente baba no ombro do vizinho. Triste...) ou ficar jogando fruit ninja no celular e, principalmente, para quem quer se encantar com o fantástico mundo da ciência.

Ah, e por último (e não menos importante), o preço: R$ 29,90 — nas bancas ou pela internet.

DADOS TÉCNICOS:
Comprimento (cm): 23
Largura (cm): 15,8
Espessura (cm): 1,6
ISBN: 9788536414201
Número de Páginas: 294
Ano de Lançamento: 2012
Edição: 1

sexta-feira, 9 de março de 2012

"Vamos tomar banho na casa do reitor"


Na noite de 7 de março, durante a semana de integração dos calouros da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, cerca de 100 estudantes protestaram pela falta de água nos alojamentos masculinos ao som de uma marchinha com os dizeres "vamos tomar banho na casa do reitor". O problema vem ocorrendo há semanas e a Administração Superior da universidade não deu total importância ao problema até o momento do protesto em frente à casa do reitor, localizada dentro do campus Seropédica.

Poderia faltar funcionários da limpeza ou vidros nas janelas, mas faltar água por várias semanas, sem que os usuários consigam realizar suas necessidades básicas, é um tiro em um dos direitos universais.

Ricardo Motta Miranda, reitor da UFRRJ, respondeu ao protesto e afirmou que só teve conhecimento do caso no momento em que os estudantes foram até sua casa, provando a invalidez da administração superior da universidade. Ele mesmo consentiu o trabalho extremamente falho de sua equipe e propôs:


— Não me poupem. Liguem para meu celular e me comuniquem  de qualquer problema.

A solidariedade do reitor foi recebida como um discurso político pelos estudantes, o que serviu para mostrar novamente que não existe uma comunicação de sucesso entre as instâncias administrativas da universidade. Visto isso, qualquer estudante está liberado para fazer uma ligação para Miranda ao invés de passar por todo o processo burocrático para ser ouvido por ele. 

No placar até o momento: Estudantes 1x0 Administração Superior (não vamos esquecer de ligar para o reitor às 22h quando formos quase vítimas de estupro nas ruas mal-iluminadas da Rural).

Durante a conversa com o magnífico, foi feito um convite. O estudante Thiago Ferreira, membro do DCE, sugeriu que Miranda fosse até o alojamento conferir de perto os problemas que os estudantes enfrentam, que chegam até mesmo no emblemático Departamento de Geociências, conhecido como o "far far away" da UFRRJ, mas que cortam o caminho da reitoria e não passam nem perto.

— É, não tem água — confere Miranda quando abre os chuveiros de um dos alojamentos masculinos.

Placar até o momento: Estudantes 2x0 Administração Superior

Ricardo Motta Miranda, reitor da UFRRJ, constata a falta de 
água nos alojamentos masculinos

— Zuza, eu preciso dar um prazo para os estudantes. Amanhã de manhã tem como encontrar o problema na tubulação e arrumar?

— Sim, Ricardo. Amanhã, às 8h, eu venho aqui —, prometeu o funcionário da manutenção que, segundo o próprio reitor, há anos o já senhor de idade Zuza concerta problemas como este na Rural.

Hoje é dia 9 de março, 14h10. Depois de quase dois dias após o protesto, segundo o estudante Thiago Ferreira, morador do alojamento, a água parece que está começando a voltar. Os calouros que ainda não conseguiram tomar banho no alojamento que mais recebe gente de todo o Brasil, já podem garantir seu primeiro banho na UFRRJ antes que a água acabe novamente.

Você pode acessar todas as fotos do protesto clicando aqui.